A Ilha do Conhecimento
Até que ponto podemos conhecer? Chegará uma hora em que, diante da avalanche de conhecimento,
o ser humano vai achar que não há nada a conhecer? E, caso contrário, quando tudo for conhecido,
o que o homem pode fazer neste mundo a ser construído??
Estas são perguntas que atormentam o físico e astrônomo carioca Marcelo Gleiser e foram
magistralmente colocadas e tentadas a serem respondidas em seu último livro intitulado ILHA DO
CONHECIMENTO (ed. Record; 364 páginas, 52 reais, ou 36 reais na versão digital). Ele chega a
uma conclusão inquietante: o mais provável é que não haja, jamais, como explicar tudo que nos
circunda. Em suma, JAMAIS PODEREMOS ENTENDER E COMPREENDER O MUNDO EM QUE
VIVEMOS.
O livro do físico é dividido em três partes:
O livro do físico é dividido em três partes:
- na primeira, relaciona os esforços humanos para tentar compreender, por meio da física clássica,
- o mundo macroscópico ao nosso redor,
- na segunda, o autor migra ara o micro, o das partículas que não podemos ver, mas cuja existência
- é atestada em fórmulas matemáticas e nos efeitos que esses tijolos microscópicos causam no mundo
com muito desenvoltura, como mentes brilhantes observaram o mundo, encarando o céu - símbolo
máximo do mistério da existència, e de nossa pequenez diante del - com a dúvida característica do olhar
científico. Trata, ora
de forma didática, ora pela via filosófica, das teses de Platão, Tycho Brahe, Galileu Galilei, Albert Einstein.
Na sequência, mostra como os gênios modernos procuram explicar o microscópico, atividade em que a
física clássica é descartada para dar lugar à física quântica, reino de teorias que mostram quão
complexa poder ser a
realidade. Na lista de formulações que para o leigo parecem mirabolantes estão a supersimetria, a teoria
das cordas e a ideia do multiverso.
- na terceira parte, tenta estudar formulações e tentativas de estudar nossa própria mente.
- Nesta parte, talvez devido a sua formação teórica de técnico em ciências eminentemente exatas,
- peca e comete seus deslizes, não deixando espaço para questionamentos, assim como de
- explicações convincentes.
Mesmo assim, sua obra merece ser lida, pois agrega valor e enseja o questionamento sobre a questão
primeira: o que somos, o que conhecemos (Epistemologia) e até que ponto chegamos a conhecer.
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